O setor automotivo vive um momento de grande turbulência e reestruturação, com fusões e aquisições que estão a definir o ritmo do mercado global. A possível união entre Honda y Nissan, duas gigantes japonesas do setor, têm gerado grande expectativa desde que ambas as marcas anunciaram a intenção de se fundir no final de 2024. No entanto, o que prometia ser um acordo estratégico sem grandes contratempos encontrou um grande obstáculo Renault, que detém uma percentagem significativa das ações da Nissan.
A Renault, dona de 35,7% das ações da Nissan, tornou-se o eixo da controvérsia. Embora inicialmente se esperasse que este detalhe pudesse ser resolvido facilmente, a realidade tem mostrado que a negociação é muito mais complexa. A Honda, que busca um relacionamento direto e livre de interferências com a Nissan, pressiona esta última a adquirir as ações que a Renault possui. No entanto, o custo estimado desta operação, que poderá atingir os 3.500 mil milhões de euros, torna este movimento um desafio difícil de ultrapassar.
Um triângulo de interesses entre Japão e França
A possível união da Honda e da Nissan não afeta apenas estas duas empresas, mas também terceiros como Renaulto que até agora tem sido um parceiro estratégico da Nissan uma vez que ambos estabeleceram uma aliança em 1999. Esta ligação foi reforçada em 2016 com a incorporação da Mitsubishi, formando a chamada “Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi«. O problema da comoção que está a ser criada em que A posição da Renault não é totalmente clara.
Segundo declarações da marca francesa, estão dispostos a considerar todas as opções “com base no interesse do grupo e dos seus acionistas”, mas fontes próximas indicaram que não estarão dispostos a ceder a sua participação sem uma compensação adequada. Enquanto isso Honda teme que esta participação possa ser adquirida por terceiros, como a Foxconn, multinacional taiwanesa especializada em componentes para sistemas eletrônicos, que já demonstrou interesse em investir na Nissan.
O papel da Honda no conselho global
Para a Honda, a união com a Nissan representa mais do que uma simples aliança empresarial. É um estratégia de longo prazo para garantir sua sobrevivência e competitividade contra gigantes como Toyota, Tesla y Volkswagen. Além disso, a empresa japonesa procura liderar a transição para a eletrificação, um campo em que ambas as marcas avançaram, mas onde precisam de expandir a sua força financeira e de investigação para permanecerem relevantes.
Según los Datos Honda já teria proposto vários cenários de colaboração com a Nissan, incluindo a concepção conjunta de modelos eléctricos e projectos específicos, como um SUV baseado no veículo todo-o-terreno Nissan Patrol. Se a fusão for concretizada, este conglomerado atingiria um valor de mercado aproximado de 57.000 mil milhões de dólares, algo significativo, embora muito distante da gigante Toyota, cuja capitalização bolsista ultrapassa os 276.000 mil milhões de dólares.
As dificuldades financeiras da Nissan
Outro fator complicador é a Situação financeira da Nissan, que atualmente não está no seu melhor. A empresa anunciou cortes significativos, incluindo demissões em massa, para tentar equilibrar a sua economia. Sim, embora Honda pode assumir o custo de compra de ações da Renault, esse movimento exigiria ajustes financeiros significativos por parte de ambas as empresas. Por outro lado, segundo analistas, a Nissan procura evitar cair sob possíveis influências estrangeiras indesejadas, o que reforça a necessidade de manter a autonomia que poderia perder caso a Renault decidisse vender a sua participação.
O relógio não para
Apesar das dificuldades, Honda e Nissan estabeleceram prazos específicos. A fase inicial da sua fusão deveria ser concluída em 2025, enquanto o novo grupo iniciaria operações plenas em 2026. No entanto, na prática, muitos aspectos-chave desta união dependem da resolução das tensões com a Renault e do acordo sobre como financiar a aquisição de as ações.
Numa declaração oficial recente, ambas as empresas reconheceram que “o ambiente de negócios mudou rapidamente” e que é necessário criar estruturas mais ágeis e resistentes para se adaptar às novas realidades do mercado, marcadas pela aceleração da inovação tecnológica e pela crescente concorrência, especialmente das marcas chinesas.
A possível entrada da Mitsubishi na equação, como terceiro membro-chave do conglomerado planeado, acrescenta outra camada de complexidade. Embora a Mitsubishi beneficiasse enormemente desta operação, também poderia enfrentar desafios em termos de integração e distribuição de funções dentro do grupo.
A fusão não afetará apenas estas três empresas, mas também terá implicações globais num setor que procura adaptar-se a um ritmo frenético de mudanças e desafios como a eletrificação, os veículos autónomos e todas as regulamentações de emissões. O mercado acompanha atentamente cada movimento, consciente de que O sucesso ou fracasso desta complexa operação poderá abrir precedentes para futuras alianças entre a indústria..
Fonte - Bloomberg
Imagens | Honda-Nissan-Renault