Stellantis está tendo um momento quanto menos difícil. A quarta maior fabricante de automóveis do mundo acaba de perder o seu CEO, Carlos Tavares, devido a uma gestão arriscada e controversa. Em meio à queda nas vendas de veículos elétricos, ele foi o único executivo que ainda apostou neles mesmo que suas operações fossem destruídas. E perante tal situação, o conselho de administração do grupo ítalo-galo-americano teve que tomar medidas convidando-o a abandonar a empresa... Tudo isto envolto num clima de "resignação" quando o que havia era um demissão total...
Seja como for, a nova gestão da Stellantis tem nas mãos um “castanho” de proporções bíblicas. Agora o grupo tem de considerar os próximos passos a dar e, entre eles, deve diversificar a sua oferta. Os elétricos serão a sua pedra angular, mas embora democratizem como deveriam, oferecerão mais alternativas mecânicas aos clientes e fiéis. E a forma de melhorar a sua situação seria redimensionar a tecnologia dos seus modelos. Sim, porque para ser mais eficiente em economias de escala Os novos compactos elétricos seriam baseados no STLA Small.
Stellantis vai “encolher” a tecnologia de seus compactos na plataforma STLA Small…
Todo mundo sabe disso Stellantis está desenvolvendo uma nova família de plataformas. Agora conhecemos os STLA Medium, Large e Frame que se destinam aos seus modelos maiores. Na verdade o novo Peugeot 3008 Já utiliza a declinação Média que, pelo menos inicialmente, está dando bons resultados. O último que resta a chegar é o STLA Pequeno que, se tudo correr bem, deverá chegar em 2026, quando o novo Peugeot 208.
Pois bem, parece que os responsáveis do grupo ítalo-galo-americano tomaram uma decisão em relação à base Pequena. Como você bem sabe esta base está sendo criada para veículos elétricos nativamente. Ou seja, não está prevista a inclusão de motorização térmica ou de outro tipo. Além disso, pode acomodar veículos de até 4,5 metros de comprimento, podendo “rivalizar” com o Médio no que diz respeito a acomodar veículos do segmento médio.
Em termos de capacidade da bateria, o STLA Small pode acomodar baterias entre 37 e 82 kWh. Graças à maior capacidade que seus veículos poderão alcançar Alcances médios aprovados de até 500 quilômetros. Seus dados e capacidade de adaptação estão entre os melhores do mercado, principalmente para os projetos urbanos que ali estão previstos. O problema seria que Stellantis gostaria de trazê-lo para modelos do segmento compacto.
Sim porque diversas fontes acederam a determinadas informações que confirmariam este facto. Aparentemente, o novos Opel Astra, Lancia Delta e Peugeot 308 íamos ser projetado na plataforma Medium. Porém, como o Small permite a criação de veículos de até 4,5 metros de comprimento, eles teriam decidido “encolher” sua técnica. Em essência, seria a mesma coisa que já fazem com o Citroën C4 que em vez de utilizar a plataforma EMP2 utiliza o CMP menor.
Utilizando a plataforma STLA Small procuram reduzir custos… e aumentar as suas margens…
A estratégia por trás desta mudança de plataformas seria a redução dos custos de produção. Na verdade, já utilizam esta tática como indicamos no atual Citroën C4. No entanto, sendo uma plataforma para veículos eléctricos, o seu desempenho talvez possa ficar “um pouco aquém”. Sim, porque Os 500 quilómetros de autonomia anunciados não serão muitos para um compacto que chegará ao mercado na segunda metade desta década.
Atualmente um Volkswagen ID.3 oferece mais de 500 quilómetros homologados e a Kia também joga nessa liga. Portanto, a Stellantis estaria trabalhando para que esta base possa acomodar baterias mais capazes. A isto acrescentar-se-ia que também Eles estariam trabalhando para adaptá-lo ao uso de outras mecânicas térmicas e híbridas. Desta forma poderão dar aos clientes o que estes pedem, uma vez que os veículos eléctricos puros ainda não vendem o que foi estimado.
Esta modificação significaria que o lançamento da base STLA Small poderia ser adiado. Por ser uma plataforma elétrica nativa, modificá-la significaria um grande investimento e muito mais tempo. Por enquanto não é oficial que o grupo esteja trabalhando nessa direção mas vendo o que seus rivais estão fazendo esse boato faz sentido. Ainda A Stellantis precisa melhorar sua parte elétrica, ganhar mais dinheiro e ser mais “legal” com seus clientes.
O tempo nos dirá se eles são capazes de alcançar tudo o que se propuseram a fazer ou se falharam no caminho...
Fonte - L'argus
Imagens | Stellantis